Uma das grandes invenções do século XX foi a televisão. A sua chegada aos lares dos países desenvolvidos da época, como Alemanha, Rússia, França, Estados Unidos, Inglaterra e Japão foi apoteótica e, aos poucos, foi ganhando o mundo. Ao Brasil, chegou em setembro de 1950. Daí para cá, a TV brasileira cresceu tanto a ponto de estar hoje entre as mais desenvolvidas do mundo.
Segundo o IBGE, A TV está em 97,1% das casas brasileiras, com uma média de 1,41 aparelho por residência. Esse número ganha até para a geladeira que aparece na pesquisa em segundo lugar, presente em 96% das residências. Infere-se dessa pesquisa que grande parte da população prefere novelas a água gelada e comidas conservadas.
No Brasil, existem inúmeras emissoras de TV, mas podemos dividir a audiência delas mais ou menos da seguinte maneira: mais de 60% da preferência fica com a Globo, Record, SBT e Band. O restante da audiência fica para as outras emissoras de pequeno porte. A programação exibida pelas quatro grandes emissoras é basicamente igual: novelas, telejornais, filmes, shows de auditório, futebol e reality show.
Segundo observações feitas nos quatro maiores canais, cheguei a várias conclusões, mas vou apresentar apenas uma referente à programação do horário nobre brasileiro – das 20:00 às 23:00. Neste tempo, o público está exposto aos seguintes tipos de informação:
1º. 28,86% do tempo é preenchido com cenas de erotismo e/ou apelação sexual: fatos confirmados nas novelas, nos programas de auditório, filmes e nos realitys shows, como A Fazenda ou Big Brother, verdadeiras vitrines de mulheres que se expõem para a autopromoção. Para isso, não economizam poses, criação de tipo de acordo com o que acham que lhes vão promover.
2º. 25% do tempo recheado com comerciais – imposição de produtos, normas e condutas sociais, moda, pensamento político e apelos sexuais e imorais.
3º. Telejornais: cada emissora mantém um no horário nobre, mesmo assim, cada uma com seu ponto de vista, favorecendo os interesses dos seus patrocinadores. Outra parte dos noticiários envolve violência, uma verdadeira condecoração dos corruptos, assaltantes e traficantes.
4º. Novelas: quase metade do horário nobre é preenchida com novelas e minisséries. As novelas apresentam personagens com comportamentos destoantes em relação ao que é ético, moral e religiosamente correto. São mulheres e homens que traem seus cônjuges de forma tão natural que passa a idéia de que é ato normal e ainda se dão bem por isso. Nas tramas, os filhos não respeitam os pais que aparecem na história como pessoas desnecessárias na vida dos filhos. Cena chocante foi vista na Novela Ribeirão do Tempo, da Record, quando filho e pai se atracaram no meio da sala, numa cena dantesca finalizada com um soco do filho no nariz do pai. A apologia ao sexo livre é explícita. Quem não transa aos treze anos é careta, anormal. Ensinam-se, nessas novelas, lições de como fazer intrigas, armar esquemas de corrupção, traição, vingança. Deus não aprece nessas histórias. O homossexualismo é defendido de forma contundente com a fervorosa afirmação de que é tão normal ser homossexual quanto ser torcedor da seleção brasileira, por exemplo. Recentemente, o SBT radicalizou ao encenar o primeiro beijo homossexual e caliente na TV brasileira.
5º. Futebol: eis aí uma ditadura esportiva. A Rede Globo só transmite partidas de times do Rio de Janeiro enquanto a Band só transmite de times de São Paulo. Nenhum outro campeonato merece a atenção, embora esses canais sejam hoje nacionais e não mais estaduais, apesar de as suas sedes estarem em São Paulo ou no Rio de janeiro.
6º. Filmes: são repetitivos, não só no horário nobre, mas em toda a programação das emissoras. São histórias em que a intriga, a vingança, o sexo, o vampirismo, a bruxaria e a depressão são temas explorados. A violência e ensinamentos para a sua prática são marcas na maioria das tramas. Numa determinada segunda-feira, o Jornal nacional da Rede Globo apresentou uma reportagem sobre violência. O apresentou e a repórter condenavam a violência nos morros e no asfalto. Após o tradicional boa noite, a emissora exibiu na Tela Quente um violento filme Van Damme.
Preocupados com essa realidade e com a formação futura de seus filhos e netos, pais e mães de famílias de todo o Brasil mobilizaram-se de uma forma jamais vista anteriormente em nosso País. Fundaram a OANF – O Amanhã de Nossos Filhos –, uma organização criada para criticar a programação da TV, alegando que algumas programações podem afetar no desenvolvimento moral de seus filhos.
O objetivo da OANF é servir de voz às milhares de pessoas que se sentem desrespeitadas pela degradação moral propiciada por inúmeros programas de televisão.
Desde a sua fundação, OANF vem travando diversas batalhas, sempre em prol de uma programação televisiva que enriqueça a formação moral e intelectual da juventude do nosso País. Para tanto, conta exclusivamente com o apoio, participação e articulação de seus aderentes.
É uma louvável iniciativa de pessoas que querem um futuro melhor para as crianças e jovens que hoje, por conta da liberdade explicitada na TV, acham-se donos do mundo, cheios de empáfias, certos de que tudo o que é mostrado é o correto e que os pais já cumpriram o seu primeiro papel, ou seja, geraram-nos. O segundo papel é apenas a obrigação de sustentá-los e viverem sempre de braços abertos a cada tombo que levam com as decepções da vida, não mostradas pela TV.